REVELAÇÕES

4:30 da manhã. 10 de Março.
Sozinha em meu quarto completamente escuro.
Deitada em minha cama, mãos espalmadas, viradas para cima. Ouço no ipod canto gregoriano.
Meu espírito se eleva. Estou completamente sóbria. Sinto uma paz profunda no coração.
As horas passam e a vontade de dormir não vem: êxtase.
Sinto vontade de me sentar na beira da cama. O ipod acende com um toque.
Levo um susto: vejo a imagem de um rosto indefinido aparecer na minha frente.
Sinto medo, mas me repreendo: como posso sentir medo se estou em profunda paz?
O rosto toma a forma do meu querido vovô José. É ele! Voltou para me ver, como da última vez que
o vi; eu estava na praia, tinha apenas uma semana que ele tinha partido deste mundo.
Abro um sorriso, fico tão feliz! Mas de repente o rosto à minha frente ganha a forma da minha bisa Joaquina, e depois
da minha avó Inês; de minha mãe; do meu paizinho; de quem amo! Me emociono,
as lágrimas escorrem pelo rosto. Enxugo algumas com as mãos e me surpreendo com o óbvio:
sou eu mesma de frente para o espelho!
Rio de mim mesma, mas depois me recordo que eu não seria quem sou sem eles, que fazem parte da minha vida,
da minha história. Eu os amo e os enxergo através de mim mesma.
Estamos todos ligados ao mesmo AMOR.

Ana Martins

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