
O tempo parou, 
mas as horas insistiam em passar por ela.
A avenida estava interditada. 
A solução era tomar o caminho mais longo para seu destino.
As luzes da cidade estavam todas apagadas. 
Durante o dia, distraía-se com o vai-e-vem das pessoas.
De noite, encontrava-se com sua própria escuridão.
Em casa, não havia folhas de papel para escrever sobre seus dias. 
Eles se tornaram vazios.
Descobriu-se atada na teia de seus pensamentos. 
Tornou-se emaranhada por eles e a estagnação fez-se-lhe companhia.
Seus movimentos corporais cessaram-se 
na impossibilidade de suas ações.
A força de suas emoções cresceu; 
a invalidez dos seus desejos causaram-lhe dor. 
Procurou gritar, mas sua voz calou-se 
diante da ensurdecedora voz do seu coração.
Pôs-se a chorar. As lágrimas percorreram sua face, 
e como soro, serviram-lhe de alimento.
Quando já havia se acostumado a elas, cessaram-se. 
Esgotaram-se.
Nada a alimentava mais. 
Então encontrou-se com a morte.
O medo pavorante de perder a vida, despertou-a novamente.
E o tempo voltou a andar.
As horas marcaram novamente seus passos.
A avenida desinterditou.
As luzes voltaram a se acender.
Comprou novas folhas de papel e reescreveu seus dias.
As teias foram retiradas de seus pensamentos.
Movimentos corporais reaqueceram-lhe o coração.
As emoções fluiram como novas e sua voz fez-se mansa.
A paz retornou a seu coração 
e a própria vida reinventou-se.
Ana Martins 

 

 
 
 
 
 
 

Very nice poems You've made! (I read them after translate into English by google :) Keep up good work! Greetings from Poland ;)
ResponderExcluirHi Mathi,
ResponderExcluirWelcome to my blog!
So nice words you write me, thank you so much!
Greetings from Ana, Rio :-)
as vezes penso "é químico... so pode ser...". Tédio - ansiedade - tristeza - desespero - calmaria - esperança - euforia - alegria - calmaria - tédio...
ResponderExcluirUm dia acalma(tem que acalmar). A arte ajuda.
Hugo
A vida é química e fazemos parte dela. Acho que é por aí, somos um mix de mil fontes de energia, em movimentos cíclicos. A Arte é a própria vida. desperta amor e ódio. Indiferença jamais. Indiferença seria a morte, e esta não brilha mais; mas pode fazer renascer - Eis a mágica, a Arte da vida! :)
ResponderExcluirA própria vida reinventou-se até quando? Até a chegada de um novo ciclos? Ciclos are bad.
ResponderExcluirEsse seu texto me lembrou um pouquinho o existencialismo de Sartre...