Será que eu estava mesmo preparada? Sim e não. Sim pela própria condição deste meu muito amado e desejado cão.
E não porque desde muito pequena sonhei imensamente por sua chegada.
Quando meu pai partiu num acidente de carro, mamãe se viu perdida e sofrida por, de uma vez, perder pai e marido, além de ver sua mãe toda quebrada e amarga pela partida de seu amor, o pai de mamãe.
Nosso grande e inestimável apoio veio de minha bisavó, Joaquina. A vovó Quina. Ela foi nosso chão e apoio, fundamental, completo de amor e firmeza. Sem ela, tudo teria sido muito pior.
Digo-lhes isso pela importância e ligação com toda a história do Kin em minha vida.
Ele chegou para mim num momento muito difícil, quando, na minha jornada, precisava crescer e caminhar com minhas pernas, sem depender de ninguém, e amadurecer.
Era dia 16 de Dezembro de 1999. Vovó Quina faria 97 anos neste dia, se estivesse viva. Saí do meu trabalho para almoçar decidida e me dar um presente que me ligasse de alguma forma à minha amada bisavó. Pensei primeiramente em um vasinho de margaridas, já que ela amava tanto essas flores. Mas procurei e não encontrei. No meu caminho, encontrei o Kin. Bati meus olhos nele e tive a certeza que era ele! Sim, era ele quem iria me ajudar a processar toda aquela minha jornada, que estava só começando.
Fiz um pacto com ele: Jamais nos separarmos, até ele ficar muito, muito velhinho, até não poder mais. E assim ele fez.
Eu não poderia pedir que ele suportasse mais tanta dor, muito além do imaginado e constatado.
Meu companheiro - amado e imortal em meu coração e na vida de muitos que o amaram imensamente, e o receberam de braços abertos, formando um lindo laço de amor - partiu, livre e suavemente. E levou um beijo meu para vovó Quina.
Fica aqui meu imenso obrigado a todos que me ouviram e me apoiaram com atenção, carinho e amor.
Um agradecimento especial a todos da Animália Clínica Veterinária e Pet Shop que cuidaram e zelaram pelo Kin.
Ana Martins
Nenhum comentário:
Postar um comentário